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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O que as redes sociais dizem sobre mim?

Facebook, Twitter, Instagram, Snapchat,WhatsApp... Quanta coisa pra dar conta não é gente? Mas vamos assumir, é tudo tão interativo e divertido que nem dá tanto trabalho assim né?! Na verdade, a cada dia que passa o mercado da tecnologia e internet está inovando mais nessa area, seja desenvolvendo uma nova rede social ou aplicativo ou aperfeiçoando algo já existente. E todas essas mídias tem se tornado grandes aliadas no âmbito profissional, seja na prestação ou utilização de serviços. E no mercado de trabalho não poderia ser diferente, tanto na oferta de uma vaga, desde a divulgação até o recrutamento, quanto na busca por um emprego, as redes sociais tem se mostrado grandes aliadas facilitando a vida de muitas empresas e muita gente por aí.

Mas espere aí, eu falei recrutamento? Não é só para ofertar vagas que as empresas utilizam as redes sociais? Bem, na verdade não. E é sobre isso que quero falar com vocês hoje, e vou começar citando um caso recente que aconteceu comigo.

Todos sabem que também trabalho com recrutamento e seleção e é comum estar sempre divulgando vagas, sejam em agencias, jornais ou nas redes sociais que é onde consigo uma maior visualização. É comum em algumas vezes, divulgar vagas no facebook ou em alguns grupos de emprego, utilizando meu perfil pessoal. O que me gera muitas mensagens e solicitações de amizade (que infelizmente não posso aceitar). No entanto, procuro responder as mensagens, caso seja uma dúvida pertinente ou desde que não seja de pessoas me enviando número de telefone (gente, por favor, não façam isso). A algumas semanas atrás recebi uma mensagem de um dos participantes de um grupo de emprego no qual havia divulgado uma vaga. Na mensagem, a pessoa me pedia com muito entusiasmo uma oportunidade, dizendo que não possuía experiência, mas que era disposto, comprometido, responsável e muito dedicado naquilo que se comprometia a fazer, necessitando apenas de uma chance para mostrar o seu potencial. Não foram com essas palavras, mas em resumo foi isso. Resolvi por curiosidade olhar o perfil dessa pessoa. E qual não foi minha surpresa, no local destinado para as informações sobre emprego, dizia que ele trabalhava na empresa PACO (Preguiçosos Assumidos Com Orgulho). Gente, não pensei duas vezes, sendo sincera? Achei melhor deixá-lo em sua zona de conforto.

Muitas vezes não nos damos conta daquilo que postamos em nossas redes sociais, por acharmos na maioria das vezes, que por se tratar de um perfil pessoal e totalmente informal, tudo aquilo que postamos deve ser visto como algo pouco relevante e que não deve ser levado a serio, ou pelo menos é essa a desculpa que inventamos quando fazemos uma postagem de conteúdo polêmico ou questionável. Geralmente utilizamos a seguinte resposta: "Meu lado profissional não tem nada a ver com o meu pessoal". Gente, como assim? Quer dizer que pessoas com dupla personalidade são mais comuns do que aquilo que imaginávamos?! É claro que a forma como nos comportamos em nosso ambiente de trabalho, ou em uma entrevista de emprego deve ser diferente do nosso dia a dia, começando por uma postura mais formal. Mas devemos nos preocupar com a incoerência que criamos ao expormos um comportamento diferente daquele que vendemos ou que gostaríamos de transmitir em uma entrevista de emprego por exemplo. No caso da pessoa dessa situação que citei, ela se autodenomina disposta e comprometida, ao mesmo tempo que se chama de preguiçosa. É a mesma coisa que você postar que odeia a segunda-feira porque tem de ir trabalhar. 

A cada dia que passa as empresas fazem mais uso das redes sociais para fazer análise do comportamento pessoal de seus candidatos, você é uma única pessoa, seja em seu ambiente trabalho ou em uma entrevista, seu comportamento pode se diferenciar quanto a informalidade, mas os seus valores permanecem os mesmos, seja dentro ou fora de uma empresa. É claro que não estou dizendo que a partir de agora todos teremos que nos comportar em uma rede social como se estivéssemos sendo avaliados ou monitorados pelas empresas. Ali é um local de descontração e interação, seu comportamento será de acordo com o objetivo que propõe a si mesmo naquele espaço. 
Desse modo, seja você mesmo, porém apenas tenha a garantia de que suas atitudes estarão em concordância com seus valores e isso não é um passo que devemos dar, vendo a nossa frente apenas o nosso profissional, esse é um passo que devemos dar, vendo sobretudo a nossa vida! Valorize e trabalhe o que há de melhor em você e lembre-se sempre que você é a sua melhor escolha!

Até a próxima!


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Resenha do filme "JOBS"

Geralmente encontramos diversos artigos com sugestões de filmes para a area de gestão, mas por incrível que pareça há sempre aqueles bem populares e que ainda não foram vistos por um gestor. Esse é o meu caso e não me julguem, trata-se do filme "JOBS".
Imagino que não há como não assistir aquele filme e não se apaixonar, muito embora eu tenha chamado o Steve Jobs de "cretino" até a metade do filme. E por quê será? Bem, vamos a resenha.

O filme foi lançado em 2015 e com direção de Joshua Michal Stern que teve como protagonista interpretando o papel de Steve Jobs, o ator Ashton Kutcher, que na minha opinião já demonstrou uma grande atuação ao fazer com que o público enxergasse nele uma imagem além daquele garotão "hollywoodiano". Sem falar na grande semelhança do personagem com o próprio Jobs na sua juventude, na verdade a maioria dos atores conseguiram, no que diz respeito a parte visual, transformar-se em uma cópia fiel de cada personagem por eles representados.

O filme conta a história do co-fundador da Apple, e ao mesmo tempo a história daquela que se tornou uma das empresas mais renomadas e lucrativas do mundo desde a sua criação, iniciando na garagem dos pais adotivos de Jobs, passando pela crise no ano de 1990 até o lançamento de seu produto mais revolucionário, o Ipod. Jobs é retratado como um líder inspirador (pelo menos na maioria das vezes), um gênio brilhante, perito na arte da negociação, mas aparentemente, também, um homem desequilibrado (digamos assim), com temperamento forte e uma grande dificuldade de relacionamento.

No filme pode-se perceber o porquê de Jobs ter se tornado esse grande empreendedor, pois as características desse tipo de pessoa podem ser observadas logo no início, quando ele em conflito com seu superior na empresa em que antes ele trabalhava (como funcionário), demonstra não ter nascido para ser "comandado" e sim para "comandar", ou liderar usando a palavra correta. Jobs não tinha medo de arriscar, acretitava em si mesmo e no seu potencial, desafiava-se o tempo todo onde ao vender seu produto, repito, com uma capacidade de negociação extraordinária (era um excelente vendedor), fechava prazos totalmente absurdos, contratava funcionários sem um punto no bolso, simplesmente por acreditar em seu projeto e na qualidade de seu produto, ele sabia do que o cliente precisava. Algo interessante e que podemos ver ainda hoje nos produtos da Apple era a preocupação de Jobs com a qualidade do produto, sendo rigoroso até na simetria das peças que compunham uma placa, o que aparentemente para seu sócio não era algo com que deveriam se preocupar, uma vez que tinham prazos curtos a cumprir e isso sim importava mais. Erro de muitas empresas no mundo ao tentar trocar qualidade por rapidez na entrega dos produtos. Jobs era um Workaholic, viciado em trabalho, sem tempo para viver uma vida pessoal, recusando-se a assumir a própria filha alegando "não ter tempo para isso" (uma das vezes em que o chamei de cretino, mas houveram muitas outras).
Jobs também mostrava em algumas cenas características um tanto desonestas, como no início da empresa por exemplo, onde ele mente para seu futuro sócio sobre o quanto estariam ganhando por um determinado projeto. Ele estaria ganhando U$ 5.000,00 mas o que repassou ao amigo foi uma quantia de acreditem U$ 700,00 onde ele recebeu metade disso, mesmo sendo peça fundamental em todo o projeto.
No filme Jobs demonstra ter um temperamento muito difícil, com grande dificuldade de aceitar ideias ou opiniões que fossem em desacordo com o que ele pensava, não admitia funcionários que não acreditassem na filosofia da empresa, era grosso e gritava com as pessoas. Porém era um excelente recrutador, sabia identificar talentos e tinha um ótimo faro para grandes oportunidades, acreditava no trabalho em equipe e queria os melhores com ele. Acreditava na revolução, no novo, mesmo que isso significasse tornar seu próprio produto obsoleto ao reinventá-lo, isso garantiria que ele chegasse ao topo e ao chegar lá, garantiria sua permanência no alto do pódio.
 Todo o filme é uma cópia fiel da história da Apple e do seu co-fundador, só falha na minha opinião ao tentar citar frases de Jobs em cada grande momento da organização, com grandes trilhas sonoras, momentos emocionantes, pessoas o observando e o aplaudindo com grande entusiasmo e sangue nos olhos o que chega a ser clichê e contraditório, pois será mesmo que ele era sempre tão bem recebido assim? No meu particular ponto de vista, observando algumas características e comportamentos do mesmo, acredito que não. Pelo menos não é assim em grande parte das empresas.

O filme é inspirador, instigante, motivador e capaz de prender total atenção do público, recomendo sim a todos os profissionais da area de gestão e principalmente aos empreendedores, uma vez que todo ele é uma lista gigantesca de comportamentos desses profissionais. Vale a pena assistir!

Por Iara Teixeira