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domingo, 27 de março de 2011

Processo Decisório, complicado é decidir...


Escrever no blog tem sido uma experiência muito boa, é uma forma de colocar pra fora tudo aquilo que venho aprendendo em minha "vida de RH". Já faz algum tempo que venho usando de espontaneidade nesse espaço, isso tem me agradado bastante.

Semana passada apresentei um seminário sobre "Liderança e Processo Decisório", não poderia ter sido melhor. Percebi que muitas vezes é fácil para nós falarmos de determinadas atitudes tomadas por alguns líderes, no processo decisório descobri que a tomada de decisões não é o céu de brigadeiro que eu imaginava.

Fizemos uma representação do que seria uma tomada de decisões um tanto complicada e apresentamos a seguinte situação: O gerente geral comunica ao gerente de RH que a empresa vem apresentando muitos custos e que um funcionário precisará ser demitido, fácil para o gerente falar já que não é ele que terá que decidir sobre qual funcionário demitir. Rapidamente o gerente de RH faz um levantamento das competências de cada colaborador e encontra três funcionários com algumas ações que deixaram a desejar, porém, os três também desempenham um bom papel e cumprem com as expectativas da empresa. Eis o perfil de cada colaborador.

Colaborador 1: É um bom funcionário, cumpre com seu horário, dificilmente falta, é competente, eficiente e eficaz, tem bom relacionamento com todos, entretanto é um tanto perfeccionista, o que acaba atrapalhando o cumprimento de prazos, pois o mesmo passa boa parte do seu tempo buscando a perfeição o que acarretava no atraso de pedidos.
Colaborador 2: É criativo, procura fazer seu trabalho da melhor forma possível superando muitas vezes as expectativas da empresa, é eficiente e eficaz, faz o possível e o impossível para que os prazos sejam cumpridos, é assíduo e pontual, porém sofre da rádio peão e acaba espalhando comentários de forma distorcida, certa vez provocou a maior confusão quando espalhou que a empresa faria um grande corte no número de funcionários o que acabou deixando os colaboradores apreensivos, desmotivados e com baixa produtividade.
Colaborador 3: Sabe trabalhar em equipe, tem um ótimo relacionamento com todos, vai além das expectativas da empresa, tem perfil de líder com grandes chances de promoção, sabe cumprir prazos e regras, tem um excelente senso ético, competente, eficiente, eficaz, procura sempre dar o melhor de si. Seu defeito? Bom, ela é mãe de dois filhos o que faz com que ela tenha que se ausentar por muitas vezes e chegar quase sempre atrasada.

Difícil não é???
Qual a melhor decisão a tomar???

Vamos analisar: O colaborador 1 é um excelente funcionário, mas a sua busca pela perfeição acaba prejudicando a empresa, tempo é dinheiro e dinheiro é uma coisa que a empresa não pode perder. A solução seria colocá-lo em um setor com atividades mais burocráticas que demandassem um pouco mais de tempo na realização das tarefas, assim, a empresa não perderia prazos e consequentemente dinheiro e o trabalho seria realizado da melhor forma possível. No caso do colaborador 2 a rádio peão é um problema gravíssimo, apesar do funcionário ser extremamente competente certos comentários podem interferir bastante no clima organizacional. Foi encontrado uma falha gravíssima no caso do colaborador 3, porém, ao invés de ser no próprio funcionário a falha foi encontrada na empresa. Por que será que a empresa ainda não oferece auxílio creche para seus colaboradores? Com o auxílio creche ações como a demissão de funcionários como o colaborador 3 seriam evitadas mantendo um bom capital intelectual para a empresa.

A decisão foi tomada, o colaborador 2 está demitido.

Após esse caso vi que a tomada de decisões é algo que deve ser tratado com seriedade e com calma. Simon (1972, p. 13) afirma que o processo decisório possui três fases principais.
  • Descobrir as ocasiões em que devem ser tomadas as decisões: por diversas vezes dedicamos nosso foco e atenção a coisas supérfluas e deixamos de olhar para aquilo que merece uma dedicação especial e acabamos tomando decisões para coisas sem necessidade.
  • Identificar possíveis cursos de ação: o processo decisório é algo que deve ser tratado com calma, deve-se estudar e analisar as possíveis alternativas e consequências, "toda ação tem uma reação".
  • Decidir entre um deles: após analisar as alternativas e as consequências de cada decisão deve-se chegar a um acordo e escolher a de maior viabilidade para a empresa.
Processo Decisório, complicado é decidir...

Por Iara Silva

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